Evangélicos de São Paulo resistem à interferência política de seus líderes religiosos

Pesquisa revela que maioria discorda do apoio de pastores a candidatos e defende separação entre religião e política

Por Da Redação com O fuxico Gospel 22/07/2024 - 16:15 hs
Foto: Reprodução


Uma pesquisa realizada pelo Datafolha entre 24 e 28 de junho de 2024 revelou que a maioria dos evangélicos em São Paulo mostra resistência à interferência política direta de seus líderes religiosos. O estudo, que entrevistou 613 moradores da capital paulista adeptos da fé evangélica, aponta uma clara tendência contra o envolvimento de pastores em assuntos eleitorais.

 

 

De acordo com os resultados, 56% dos entrevistados preferem que os pastores não apoiem candidatos durante as eleições. Além disso, 70% são contrários à prática de pastores indicarem diretamente em quem votar, e 76% discordam de recomendações pastorais para não votar em determinado candidato.

 

Outro dado significativo revelado pela pesquisa é que oito em cada dez evangélicos afirmam nunca ter escolhido um candidato sugerido por seus líderes religiosos. Além disso, 90% dos entrevistados afirmaram nunca se sentirem pressionados a seguir tais sugestões.

 

Em relação à confiança em políticos que compartilham a mesma fé, os resultados foram variados: enquanto 31% dos evangélicos afirmam confiar mais ou um pouco mais em um político evangélico, 27% indicaram confiança um pouco menos ou muito menos. Para 37% dos entrevistados, a religião do político não é um fator determinante.

 

 

A pesquisa também abordou a percepção dos evangélicos sobre a relação entre política e religião, encontrando que 55% discordam da ideia de que política e valores religiosos devem estar intrinsecamente ligados. Adicionalmente, 76% dos entrevistados acreditam que os pastores não devem abordar questões políticas durante os cultos.

 

Os dados refletem uma clara resistência entre os evangélicos paulistanos à politização dos púlpitos e à influência de seus líderes nas eleições. Este cenário sugere uma preferência por uma separação mais nítida entre atividades religiosas e campanhas políticas.

 

À medida que a eleição municipal se aproxima, 87% dos evangélicos consideram essencial que o candidato a prefeito acredite em Deus. No entanto, há uma divisão quanto à importância de o candidato compartilhar a mesma fé, com 53% dos entrevistados achando isso irrelevante ou pouco importante.