Museu de História Natural de Alagoas enfrenta crise estrutural e aguarda por recuperação
Com acervo de mais de 60 mil peças, instituição depende de aprovação de edital da Finep para seguir funcionando
O Museu de História Natural de Alagoas, localizado no bairro do Prado, em Maceió, enfrenta sérios problemas estruturais que comprometem seu funcionamento. Portas e janelas danificadas, salas de aula e pesquisa inutilizáveis, além de falhas hidráulicas e elétricas, fazem parte do cenário atual da instituição, que abriga um acervo de mais de 60 mil itens de valor histórico e científico. A sobrevivência do museu depende de um edital de R$ 7 milhões da Finep (Financiadora de Estudos e Projetos), ligado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, para a realização de obras de recuperação.
O projeto de revitalização do museu já passou por uma primeira avaliação e aguarda nova análise para a liberação dos recursos. Embora o museu seja vinculado à Universidade Federal de Alagoas (Ufal), não há orçamento próprio destinado à sua manutenção. O prédio histórico, tombado pelo Patrimônio Histórico, tem 34 anos de funcionamento como museu, mas sua construção remonta ao início do século XX. Antes de se tornar museu, o edifício já abrigou um quartel do Exército, a Faculdade de Medicina e o Instituto de Ciência.
O acervo do Museu de História Natural inclui coleções de zoologia, paleontologia, arqueologia e outras áreas, mas apenas uma pequena parte está em exposição devido às condições precárias do prédio. O diretor do museu, professor Filipe Cavalcante do Nascimento, que assumiu o cargo em maio, lidera uma equipe reduzida composta por dois funcionários, 10 bolsistas e quatro estagiários. Apesar dos desafios, eles seguem mantendo o museu aberto ao público, enquanto aguardam a aprovação do edital da Finep, que pode garantir a recuperação da infraestrutura e a compra de equipamentos adequados.
Com as fortes chuvas que atingiram Maceió no primeiro semestre, a situação do museu se agravou, com infiltrações e mofo espalhados por todo o prédio. Para evitar uma tragédia semelhante à que atingiu o Museu Nacional no Rio de Janeiro, em 2018, o ex-diretor Jorge Luiz Lopes tomou medidas preventivas, removendo coleções valiosas das áreas mais afetadas e transferindo-as para locais seguros dentro do edifício. Entre os itens em exposição, destaca-se a bacia de uma preguiça gigante (Eremotherium Laurillardi Lund), encontrada no município de Olho D'Água do Casado, no Alto Sertão de Alagoas.