A Polícia Civil de Alagoas, por meio da Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher 2, sob o comando da delegada Kelly Kristynne, prendeu o proprietário de uma academia, suspeito de cometer diversos crimes de assédio sexual e ameaça. O homem é acusado de assediar ex-funcionárias e alunas em seu estabelecimento comercial, localizado no bairro Antares, em Maceió.

Em outubro deste ano, foram instaurados cerca de oito inquéritos policiais para investigar o comportamento do acusado, que, segundo as vítimas, vinha praticando os abusos há anos. Diante da gravidade e da reincidência das ações, a delegada Kelly Kristynne solicitou e obteve a prisão preventiva do suspeito, que foi cumprida na última quinta-feira, 14 de novembro.

Relatos das Vítimas

As vítimas, que preferiram não ser identificadas, detalharam o comportamento intimidador e as atitudes do acusado. Uma das mulheres relatou que o momento mais assustador foi quando o proprietário da academia afirmou saber onde ela morava, utilizando informações dos cadastros dos alunos para ameaçá-la.

"Ele ultrapassou todos os limites quando disse que sabia onde eu morava. Ele foi enfático ao afirmar: 'Eu estou indo à sua casa, sei o bloco e o apartamento'. Naquele momento, fiquei com muito medo e acionei meus familiares. Foi aí que percebi o risco real", contou uma das vítimas.

Outra mulher, aluna da academia, também relatou episódios de assédio dentro do estabelecimento. Segundo ela, o homem a chamava para conversas em salas trancadas e forçava uma intimidade que ela sempre recusava.

"Ele me chamava para a sala, apagava as luzes, trancava a porta e tentava forçar uma proximidade que não existia. Perguntava sobre a minha vida pessoal e falava sobre temas como sexo, querendo criar um ambiente que ele dizia ser 'familiar'. Mesmo negando, ele insistia. Ele não aceitava um 'não' e aproveitava qualquer oportunidade para impor suas vontades", relatou a vítima.

Investigação e Prisão

Diante da gravidade dos depoimentos e da repetição dos crimes, a delegada representou pela prisão preventiva do acusado, que foi cumprida prontamente pela equipe da Polícia Civil. A investigação continuará apurando outros possíveis casos de assédio e ameaça envolvendo o proprietário da academia.

O caso segue sendo acompanhado pelas autoridades, e as vítimas são incentivadas a buscar apoio e denunciar qualquer ato de violência ou abuso no ambiente de trabalho ou em quaisquer outros contextos.