A Polícia Civil de Alagoas prendeu, em setembro de 2024, aquele que é considerado o maior serial killer da história do estado, com 10 vítimas confirmadas até o momento. O suspeito, Albino Santos de Lima, de 42 anos, residia a cerca de 800 metros dos locais onde os crimes ocorreram. Entre as vítimas, estão sete mulheres e três homens, todos com idades entre 13 e 25 anos, assassinados entre outubro de 2023 e agosto de 2024.

As Vítimas e o Modus Operandi

As vítimas de Albino incluem a jovem Mikaele Leite da Silva (21), morta com disparos de arma de fogo em 29 de outubro de 2023, e a mulher trans Louise Gbyson Vieira de Melo (18), assassinada em 11 de dezembro de 2023. A sequência de crimes continuou com Beatriz Henrique da Silva (25) e o casal Débora Vitória Silva dos Santos (21) e John Lennon Santos Ferreira (20), todos mortos em dezembro de 2023.

Em 2024, Albino seguiu com sua série de assassinatos, vitimando Joseildo Siqueira Silva Filho (24), Tamara Vanessa da Silva Santos (21), Emerson Wagner da Silva (17), Ana Clara Santos Lima (13) e Anna Beatriz Santos Tavares (13).

Segundo o delegado Gilson Rego, a prisão de Albino foi possível graças a imagens de câmeras de segurança capturadas após o assassinato de sua última vítima, Anna Beatriz Santos Tavares, em agosto de 2024. "Ele sempre agia de forma meticulosa, vestindo roupas pretas e escondendo o rosto com um boné. Era um predador frio e calculista", afirmou Rego.

A Investigação e a Prisão

O ponto de virada nas investigações ocorreu em 17 de setembro de 2024, quando a polícia cumpriu um mandado de prisão contra Albino. Durante a operação, foram apreendidos uma pistola calibre 380 e um celular. A análise da arma, conduzida pela perita criminal Suely Mauricio, foi fundamental para conectar o suspeito aos 10 homicídios. Exames de balística confirmaram que a pistola apreendida foi usada em todos os crimes.

O celular de Albino também revelou detalhes chocantes. Em análises de dados armazenados na nuvem, foram encontradas pastas intituladas "Odiada Instagram" e "Mortes especiais", onde o assassino guardava fotos de suas vítimas e registros dos crimes. Além disso, ele tirava prints de matérias de sites e até fotos em cemitérios, sugerindo uma obsessão pelas vítimas.

Confissão e Motivações

Em novo depoimento, Albino confessou ter cometido oito dos assassinatos, alegando que as vítimas estavam envolvidas com organizações criminosas — uma alegação que as investigações descartaram. Segundo o delegado Gilson Rego, todas as vítimas tinham características físicas semelhantes: jovens, morenas, de cabelos cacheados. Lavínia Cavalcanti, uma das coordenadoras da investigação, acredita que Albino desenvolveu uma obsessão por esse tipo de perfil.

A delegada Tacyane Ribeiro alertou também sobre a maneira como o criminoso escolhia suas alvos, muitas vezes utilizando informações obtidas nas redes sociais. "Isso serve de aviso para que as pessoas tenham mais cuidado com o que compartilham online, pois nunca se sabe quem está observando", disse a delegada.

Vidas Salvas e Futuras Investigações

Além de resolver os casos já conhecidos, o trabalho da polícia evitou que Albino fizesse novas vítimas. Exames no celular do suspeito revelaram imagens de sobreviventes e potenciais futuras vítimas, reforçando a gravidade da situação. O chefe do Instituto de Criminalística de Maceió, Charles Mariano, elogiou a cooperação entre as forças de segurança, que foram essenciais para identificar e capturar o assassino em série.

Já foi confirmado que Albino usava uma arma que pertencia ao pai, um militar da reserva. O perfil balístico da arma será armazenado no Banco Nacional de Perfis Balísticos do Ministério da Justiça, para futuras conexões com outros possíveis crimes em nível interestadual.

Albino Santos de Lima permanece preso e já foi indiciado em três inquéritos por homicídio qualificado. Outros casos, ocorridos entre 2019 e 2020, também estão sob investigação, com fortes indícios de envolvimento do mesmo serial killer.