O chefe da Administração Federal de Aviação não vendeu a sua participação multimilionária na companhia aérea que liderava desde 1999, apesar da promessa de o fazer como parte do seu acordo de ética, segundo um senador democrata.
Em uma carta a Bryan Bedford esta semana, a senadora Maria Cantwell disse que prometeu vender todas as suas ações da Republic Airways dentro de 90 dias após sua confirmação, mas já se passaram 150 dias. Nas divulgações financeiras de Bedford, ele estimou que suas ações da Republic valiam algo entre US$ 6 milhões e US$ 30 milhões.
A Republic concluiu uma fusão no mês passado com outra grande companhia aérea regional, a Mesa Air Group. As ações da Republic fecharam quinta-feira a US$ 19,02, quase o dobro do valor antes do anúncio do negócio em abril.
“Parece que você continua a reter um capital significativo neste ativo conflitante meses após o prazo estabelecido para desinvestir totalmente da Republic, o que constitui uma violação clara do seu acordo de ética. Isto é inaceitável e exige uma contabilidade completa”, disse Cantwell na carta.
Bedford recusou um pedido de comentário e um porta-voz da FAA disse que planeja responder diretamente a Cantwell.
A agência está sob os holofotes desde janeiro, quando um avião comercial colidiu com um helicóptero do Exército sobre Washington, DC, matando 67 pessoas. A investigação já destacou deficiências na FAA, que não conseguiu reconhecer um número alarmante de situações próximas do Aeroporto Nacional Reagan nos anos anteriores.
Depois, na Primavera, problemas técnicos no centro que direcciona os aviões para o Aeroporto Internacional Newark Liberty, em Nova Jersey, puseram em evidência um sistema frágil e obsoleto em que os controladores de tráfego aéreo dependiam.
E no outono, uma escassez de longa data de controladores levou a milhares de cancelamentos de voos e atrasos durante a mais longa paralisação governamental de todos os tempos, à medida que mais controladores faltavam ao trabalho sem receber salário.
Bedford prometeu priorizar a segurança e atualizar o desatualizado sistema de controle de tráfego aéreo do país. O Congresso aprovou US$ 12,5 bilhões para esse projeto e, na semana passada, a FAA escolheu a empresa que supervisionará o trabalho.