Na noite de ontem, 27, o Poder Judiciário de Alagoas negou um recurso da defesa de Karlo Bruno Pereira Tavares, acusado do assassinato de Roberta Costa Dias em abril de 2012. O recurso buscava anular a decisão que o enviou ao Tribunal do Júri. Karlo Bruno e Mary Jane Araújo foram pronunciados pelo Tribunal de Justiça de Alagoas em julho. Ambos são mãe e amigo de Saulo de Thasso Araújo Santos, pai do filho que Roberta estava esperando. A data do julgamento ainda não foi marcada.

A defesa argumentou falta de provas suficientes para incriminar Karlo Bruno, alegando que as acusações eram baseadas em evidências viciadas e inconclusivas. No entanto, o juiz Nelson Fernando de Medeiros Martins afirmou que os fatos obtidos durante a instrução criminal constituem indícios suficientes de autoria.

O áudio citado pela defesa como prova ilícita foi considerado pelo magistrado como uma descrição da dinâmica do crime. Desde os preparativos até a suposta asfixia com fio de extensão e o local onde o corpo teria sido enterrado, essas informações foram consideradas indicativas da autoria.

Martins ressaltou que, caso haja dúvida sobre a autoria, cabe ao Tribunal do Júri esclarecê-la. "Se houver prova da existência do crime e indícios mínimos da autoria, a acusação é admissível e o julgamento pelo Tribunal do Júri é viável", concluiu o juiz. Agora resta aguardar o agendamento do julgamento para encerrar esse caso e buscar a justiça.

Para recapitular, Roberta Dias desapareceu em Penedo no início de 2012, após sair de casa para uma consulta médica no Centro da cidade. As investigações apontam que ela foi sequestrada e levada para um local isolado, onde foi asfixiada com um fio de som de carro e seu corpo foi enterrado em uma cova rasa. A ossada de Roberta só foi encontrada nove anos depois do crime, no Pontal do Peba, na cidade de Piaçabuçu.