JHC pode ficar só de novo após se isolar de aliança com Arthur Lira

Alianças políticas e conflitos de interesse no horizonte do prefeito de Maceió

Por Da Redação com Politica Alagoana 03/06/2024 - 14:20 hs
Foto: Assessoria


Após as eleições de 2022, o prefeito de Maceió, João Henrique Caldas, encontrou-se em um isolamento político significativo. Sua derrota foi dupla: seu irmão, João Antônio, não foi eleito deputado federal no primeiro turno, apesar da tentativa de rebranding como "Dr. JHC", e nenhum aliado foi eleito para a Assembleia Legislativa de Alagoas.

 

 

Entretanto, a ida de Rodrigo Cunha (Pode) e Jair Bolsonaro para o segundo turno proporcionou um respiro estratégico para JHC. Sua mudança para o PL e a adesão ao bolsonarismo pareciam apagar os resultados adversos do primeiro turno. A estratégia vislumbrava uma vitória de Rodrigo para o governo estadual e a reeleição de Bolsonaro à presidência, fortalecendo assim a posição de JHC, inclusive garantindo um mandato de quatro anos no Senado para sua mãe, Eudócia Caldas, primeira suplente de Cunha.

 

No entanto, a derrota de Cunha e Bolsonaro no segundo turno deixou JHC politicamente isolado, buscando desesperadamente uma nova aliança para sustentar seu mandato. Essa aliança veio na forma de um pacto com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP), que ofereceu uma base sólida de sustentação política e acesso aos recursos do governo federal.

 

 

O compromisso de JHC incluía abrir espaço para indicações em importantes áreas, mas seu acordo mais crucial era garantir a indicação do vice na chapa para Arthur Lira. No entanto, JHC parece resistir em cumprir o acordo, sugerindo Rodrigo Cunha como candidato a vice. O impasse se intensifica quando confrontado por Lira, que exige o cumprimento do acordo feito anteriormente.

 

Nos próximos dias, JHC enfrentará uma difícil decisão. A possibilidade de escolher Cunha como vice é discutida, com a perspectiva de abrir caminho para sua mãe assumir o Senado por dois anos, enquanto Rodrigo ocuparia a prefeitura, e JHC almejaria uma vaga no Senado em 2026.

 

No entanto, a aceitação de Lira é incerta. E sem essa aliança, JHC corre o risco de voltar ao isolamento político pós-eleições de 2022, privado de acesso ao governo federal, estadual, e sem voz na Assembleia Legislativa ou na bancada federal, exceto por Cunha ou Eudócia.

 

A questão que paira é se JHC terá coragem de romper com Arthur Lira. E você, o que acha?