Vaticano excomunga arcebispo Carlo Maria Viganò por "cisma" contra o Papa Francisco

Acusado de rejeitar autoridade papal e negar Concílio Vaticano II, Viganò recebe sentença canônica

Por Da Redação com Gazeta Brasil 05/07/2024 - 15:05 hs
Foto: Divulgação


Nesta sexta-feira, a Congregação vaticana para a Doutrina da Fé anunciou a excomunhão do arcebispo italiano Carlo Maria Viganò, atribuindo-lhe o delito de cisma devido às suas contínuas críticas e falta de reconhecimento à autoridade do Papa Francisco.

 

 

Segundo comunicado da Congregação, Viganò, de 83 anos e representante do setor mais conservador da Igreja Católica, foi considerado culpado por suas "declarações públicas que rejeitam a submissão ao Sumo Pontífice, à comunhão eclesial e à legitimidade do Concílio Vaticano II".

 

O processo canônico contra Viganò teve início após ele se recusar a comparecer a uma convocação da Doutrina da Fé em 28 de junho. Apesar de sua ausência, o órgão dirigido pelo cardeal argentino Víctor Manuel Fernández deliberou sobre o caso em 4 de julho e concluiu pela excomunhão do arcebispo.

 

 

Viganò ganhou destaque nos últimos anos por suas críticas públicas ao Papa Francisco, chegando a acusá-lo de encobrir abusos sexuais e questionar sua legitimidade como líder da Igreja Católica. Essas posições levaram à acusação formal de cisma pela Santa Sé, baseada na negação dos elementos essenciais para manter a comunhão com a Igreja.

 

O arcebispo, conhecido por suas visões ultraconservadoras, comparou o Concílio Vaticano II a um "câncer ideológico" e tem sido uma figura polarizadora dentro da Igreja, frequentemente confrontando as diretrizes modernizadoras do Papa Francisco.

 

Este caso tem sido equiparado a outras excomunhões históricas, como a do arcebispo Marcel François Lefevure em 1988, fundador da Fraternidade de São Pio X, também crítico do Concílio Vaticano II.