Um estudo divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) nesta segunda-feira (15) apontou que a inflação de junho apresentou uma desaceleração em relação a maio para todas as faixas de renda no Brasil. O grupo que mais contribuiu para a pressão inflacionária foi o de alimentos e bebidas.

O Indicador Ipea de Inflação por faixa de renda, que considera seis categorias domiciliares, destacou que os preços de itens como arroz (2,3%), tubérculos (2%) e leites e derivados (3,8%) aumentaram significativamente. Em contrapartida, houve deflação em produtos como frutas (-2,6%), carnes (-0,47%) e aves e ovos (-0,34%).

Além dos alimentos, o grupo de saúde e cuidados pessoais também exerceu uma pressão inflacionária considerável em todas as classes de renda. Reajustes nos preços de produtos farmacêuticos (0,52%), higiene pessoal (0,77%) e serviços médicos como hospital e laboratório (1,0%), além de planos de saúde (0,37%), contribuíram para esse cenário.

No acumulado do ano, as famílias de renda alta apresentaram a menor variação de inflação, com 1,64%, enquanto as famílias de renda muito baixa registraram a maior, com 2,87%. Em termos gerais, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que é o índice oficial de inflação do país, acumulou uma variação de 2,43% desde o início do ano.

Considerando os últimos 12 meses, a inflação para as famílias de renda alta foi a mais elevada, alcançando 4,79%, enquanto as famílias de renda muito baixa tiveram a menor variação, com 3,66%.

O levantamento mensal do Ipea reforça que, embora tenha havido uma desaceleração geral, os alimentos continuam sendo um ponto de atenção para todas as faixas de renda, enquanto os custos com saúde e cuidados pessoais também têm impactado o orçamento familiar de maneira significativa.