Divergências nas pesquisas eleitorais elevam expectativas para pleito na Venezuela

Presidente Maduro terá nove oponentes na corrida pela reeleição

Por Da Redação com Agência Brasil 22/07/2024 - 08:21 hs
Foto: Divulgação


As pesquisas eleitorais na Venezuela estão em destaque enquanto o país se prepara para o pleito presidencial marcado para o próximo domingo (28). Diferentes institutos apresentam resultados contraditórios, intensificando a incerteza sobre o possível vencedor entre os nove concorrentes.

 

 

Edmundo González Urrutia, principal candidato da oposição da Mesa da Unidade Democrática (MUD), recebe apoio de institutos como Datincorp, Delphos e Meganálisis, que preveem sua vitória com uma margem confortável. González substituiu María Corina Machado, inicialmente favorita, cuja candidatura foi vetada por condenações judiciais.

 

Por outro lado, pesquisas conduzidas pelo Centro de Medição e Interpretação de Dados Estatísticos (Cmide), Hinterlaces e International Consulting Services (ICS), entre outros, indicam uma provável reeleição de Nicolás Maduro para um terceiro mandato, conforme informações da Telesur, veículo estatal venezuelano.

 

Luis Salas, sociólogo e economista político venezuelano, ressalta que históricamente as pesquisas eleitorais no país tendem a favorecer o voto opositor.

 

Carmen Beatriz Fernández, diretora da DataStrategia, especializada em medição de opinião pública, alerta para as limitações das pesquisas na Venezuela, apontando volatilidade do eleitorado e falhas metodológicas que podem distorcer os resultados.

 

 

Francisco Rodriguez, professor da Universidade de Denver, destaca a falta de confiança nas pesquisas locais, mencionando um histórico de sobrevalorização do voto opositor desde 2017, o que poderia indicar um cenário mais equilibrado entre Maduro e Edmundo González se corrigido esse viés.

 

Contexto das Eleições:


A Venezuela, detentora das maiores reservas comprovadas de petróleo do mundo, se prepara para uma eleição crucial que definirá seu próximo presidente para o mandato de 2025 a 2031. Desde 2015, é a primeira vez que toda a oposição concorda em participar, após boicotes desde 2017 por parte dos principais partidos opositores.

 

O país enfrenta desafios significativos, incluindo um embargo financeiro e comercial iniciado em 2017 por potências como Estados Unidos, Canadá, Reino Unido e União Europeia, que contestam a legitimidade do governo Maduro.

 

A crise econômica venezuelana, marcada por hiperinflação e uma queda acentuada do PIB, resultou em uma emigração massiva de mais de 7 milhões de pessoas. Recentemente, houve sinais de recuperação econômica, com a hiperinflação controlada e um crescimento modesto em 2022 e 2023, embora os salários permaneçam baixos e os serviços públicos continuem deteriorados.

 

Apesar do embargo parcialmente flexibilizado desde 2022 e um acordo entre governo e oposição para as eleições atuais, preocupações persistem sobre a transparência e a aceitação dos resultados eleitorais, especialmente após relatos de prisões de opositores nos últimos dias e recusas em assinar compromissos para respeitar o resultado eleitoral por parte de alguns candidatos, incluindo o favorito Edmundo González.