O Brasil registrou 109.943 focos de incêndio até 26 de agosto de 2024, o maior número para o período desde 2010, quando foram contabilizados 127.145 casos. Esses dados, fornecidos pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), mostram um aumento de 76% em relação a 2023, que teve 62.353 focos de incêndio.

Os números de 2024 já representam 57% do total de 189.901 incêndios registrados ao longo de todo o ano de 2023. O mês de agosto, tradicionalmente o início da temporada de queimadas que vai até outubro, acumulou 46% dos focos de incêndio, totalizando 51.527 casos.

São Paulo enfrenta o maior número de queimadas desde o início da série histórica do Inpe em 1998. Além disso, os estados de Mato Grosso, Pará e Amazonas estão no topo do ranking de focos de incêndio, com a maioria dos casos ocorrendo na Amazônia Legal e, em parte, no Pantanal.

Rodrigo Agostinho, presidente do Ibama, alertou que a situação dos biomas continuará crítica nos próximos dois meses. O cenário atual é atribuído principalmente a duas condições: ondas de calor intensas, com seis ocorrências desde o início da temporada, segundo o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), e a antecipação da seca em algumas regiões, que tem criado condições mais propensas a incêndios devido ao longo período de estiagem.