Gabriel Galípolo é o indicado por Lula, para Presidência do Banco Central

Nomeação de Galípolo deve ser aprovada pelo Senado; atual diretor de Política Monetária substituirá Roberto Campos Neto no comando da instituição

Por Da Redação com Folhapress 28/08/2024 - 16:14 hs
Foto: Pedro França / Agência Senado


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) indicou Gabriel Galípolo para assumir a presidência do Banco Central, conforme anunciado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad. A indicação, se aprovada pelo Senado Federal, marcará a transição do cargo de Roberto Campos Neto, cuja gestão termina em 31 de dezembro.

 

 

Galípolo, atualmente diretor de Política Monetária do Banco Central, terá a responsabilidade de ganhar a confiança do mercado financeiro, que expressa preocupações sobre a postura do BC no combate à inflação em 2025, ano em que o Comitê de Política Monetária (Copom) terá uma maioria de membros indicados pelo governo Lula.

 

Com 42 anos, Galípolo foi conselheiro de Lula durante a campanha presidencial de 2022 e atuou como número dois de Haddad na Fazenda. Desde sua nomeação ao BC, manteve um canal direto com o presidente, discutindo questões como contas públicas e riscos fiscais.

 

Reconhecido pela sua habilidade de comunicação direta, Galípolo foi elogiado pelo presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e é visto por Lula como um “menino de ouro” com competência e honestidade ímpares. A escolha de Galípolo para o cargo já era considerada praticamente certa por especialistas e membros do Senado.

 

 

De acordo com a lei de autonomia do Banco Central, aprovada em 2021, o presidente da República tem a prerrogativa de indicar os nomes para a cúpula da instituição, que são então submetidos a uma sabatina na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado e, posteriormente, ao plenário para aprovação.

 

A indicação de Galípolo ganhou força após sua participação em um jantar com o presidente Lula e economistas, onde foram discutidos os riscos de inflação e a necessidade de moderação nas declarações públicas. Além disso, Galípolo esteve presente em uma reunião com Lula e Haddad, onde foram discutidas políticas de metas de inflação, evidenciando seu crescente papel na formulação de políticas econômicas.

 

A nomeação antecipada de Galípolo visa minimizar incertezas e garantir uma transição suave no Banco Central até o final do ano, além de permitir ao Ministério da Fazenda concentrar esforços na agenda econômica. A expectativa é que a sabatina para sua aprovação ocorra entre os dias 2 e 4 de setembro, durante sessões presenciais no Senado.

 

Com a escolha de Galípolo, o presidente Lula precisará também indicar novos nomes para a diretoria de Política Monetária e preencher as vagas de Otavio Damaso (Regulação) e Carolina de Assis Barros (Relacionamento, Cidadania e Supervisão de Conduta), cujos mandatos expiram em 31 de dezembro. A Fazenda está negociando a PEC da autonomia financeira do BC para facilitar a aprovação da indicação e evitar resistências na sabatina.