Procuradoria da Venezuela emite mandado de prisão contra líder da oposição

Edmundo González é acusado de incitação e outros Crimes em meio a controvérsias eleitorais

Por Da Redação com Agência Brasil 03/09/2024 - 10:44 hs
Foto: Reuters/Leonardo Fernandez Viloria


Na última segunda-feira (2), o gabinete do procurador-geral da Venezuela anunciou a emissão de um mandado de prisão contra Edmundo González, líder da oposição. Ele é acusado de incitação e outros crimes, no contexto da disputa sobre a vitória nas eleições de julho, em que o presidente Nicolás Maduro e González se enfrentaram.

 

 

O procurador-geral Tarek Saab divulgou uma foto do mandado por meio do aplicativo Telegram. De acordo com o Conselho Eleitoral Nacional da Venezuela e seu tribunal superior, Maduro foi declarado vencedor da eleição com pouco mais da metade dos votos. No entanto, a oposição e vários países ocidentais alegam que a eleição foi marcada por falta de transparência, e apresentam contagens alternativas que indicam uma vitória significativa para González.

 

A oposição publicou em um site as cópias de mais de 80% dos resultados das urnas, enquanto o Conselho Eleitoral alega que um ataque cibernético na noite da eleição impediu a divulgação completa dos resultados.

 

 

Além do mandado de prisão para González, o procurador-geral Tarek Saab iniciou investigações contra a líder da oposição María Corina Machado e o site de contagem de votos da oposição. As investigações são parte de uma repressão mais ampla que resultou em pelo menos 27 mortes e cerca de 2.400 prisões desde a votação.

 

O promotor Luis Ernesto Duenez solicitou a prisão de González sob acusações de usurpação de funções, falsificação de documentos públicos, incitação à desobediência da lei, conspiração e associação criminosa contra o Estado venezuelano.

 

Um porta-voz de González informou que ainda aguardam notificações oficiais sobre o mandado, sem fornecer mais detalhes. A oposição nega qualquer irregularidade e González, que completou 75 anos na semana passada, pode argumentar que, de acordo com a lei venezuelana, pessoas acima de 70 anos devem cumprir penas em prisão domiciliar.