Nesta terça-feira, 17 de setembro, o céu brasileiro será palco de um espetáculo astronômico inédito, visível a olho nu em todo o país. Os entusiastas da astronomia terão a chance de contemplar uma superlua, um eclipse lunar parcial e uma conjunção planetária envolvendo Saturno. A combinação desses eventos é considerada rara, segundo especialistas.

A superlua ocorre quando a Lua, nosso satélite natural, atinge seu ponto mais próximo da Terra, conhecido como perigeu, e se encontra na fase cheia. Este fenômeno faz com que a Lua pareça até 30% maior e mais brilhante do que o normal. O próximo evento desse tipo está programado para esta terça-feira à noite.

Durante o eclipse lunar parcial, a sombra da Terra cobrira uma fração da Lua, tornando-a momentaneamente obscurecida. Nesta terça-feira, a previsão indica que 3,5% da superfície lunar será ocultada. O fenômeno terá início às 23h12 e terminará às 0h16 de quarta-feira, horário de Brasília.

Segundo o professor Roberto Dell-Aglio Dias da Costa, do Instituto de Astronomia da Universidade de São Paulo (USP), a cobertura da sombra será pequena. “Apenas 0,085% do diâmetro da Lua será encoberto, mas a área total afetada será de 3,5%”, explica. “A observação poderá ser desafiadora devido à pequena fração de ocultação, mas ainda é possível, desde que as condições meteorológicas sejam favoráveis.”

O cronograma do eclipse, conforme o observatório da Unesp, é o seguinte:

• Entrada da Lua na penumbra: 21h41 (dificilmente perceptível a olho nu)
• Entrada da Lua na umbra: 23h13
• Máximo do eclipse: 23h44
• Saída da Lua da umbra: 0h16
• Saída da Lua da penumbra: 1h47

Além do eclipse, os observadores poderão assistir a uma conjunção planetária entre a Lua e Saturno, visível no início da noite, entre 17h08 e 21h08. “Durante a noite, Saturno e a Lua estarão muito próximos um do outro”, comenta o professor Dell-Aglio.

Entretanto, a visibilidade dos eventos pode ser comprometida pela fumaça dos incêndios florestais e pela chegada de uma frente fria que trouxe chuvas e encobriu o céu em várias regiões do país. “Se o céu estiver coberto pela fumaça, será mais difícil ver Saturno ou observar o brilho da Lua. Em locais severamente afetados, o eclipse pode passar despercebido”, alerta Cássio Barbosa, professor do departamento de Física da Faculdade de Engenharia Industrial (FEI).

Dell-Aglio reforça que a névoa ou a fumaça podem prejudicar a clareza da observação. “Em condições de baixa visibilidade, a observação será mais difícil. No entanto, como Saturno e a Lua são objetos brilhantes, a visibilidade ainda pode ser boa, desde que não haja nuvens.”