Parlamento Europeu reconhece Edmundo González Urrutia como presidente legítimo da Venezuela

Decisão ocorre em meio à recusa de Nicolás Maduro em divulgar resultados eleitorais e visa aumentar a pressão sobre o regime venezuelano

Foto: @profsecundario


Nesta quinta-feira (18), o Parlamento Europeu, em uma ação em conjunto com o Parlamento Espanhol, aprovou o reconhecimento de Edmundo González Urrutia como presidente legítimo da Venezuela. A medida foi aprovada com 309 votos a favor e 201 contra, e tem como objetivo intensificar a pressão sobre o governo de Nicolás Maduro, que continua a se recusar a divulgar as atas eleitorais do país. Embora simbólica, a decisão não possui caráter vinculante.

 

 

Liderada pelo Partido Popular Europeu (PPE), a proposta recebeu forte apoio da delegação espanhola do partido, que busca instar o governo de Pedro Sánchez a adotar uma postura mais firme em relação ao regime de Maduro. O texto também reconhece María Corina Machado como representante das forças democráticas na Venezuela e incentiva os Estados membros da União Europeia a seguirem o exemplo e reconhecerem González Urrutia como presidente eleito.

 

Além disso, o Parlamento Europeu pediu a emissão de um mandado de detenção internacional contra Nicolás Maduro, acusando-o de crimes contra a humanidade. Essa medida se alinha às críticas de observadores internacionais, como o Centro Carter, que questionam a legitimidade das eleições venezuelanas.

 

 

Divisões Internas e Apoio da Extrema Direita

 

A aprovação da resolução expôs divisões dentro do Parlamento Europeu. Enquanto o PP e o partido de extrema direita Vox apoiaram a medida, os Socialistas Europeus, que incluem o PSOE, a rejeitaram. Essa discordância gerou críticas internas, com alguns parlamentares do Partido Popular sugerindo que a posição dos socialistas poderia ser influenciada por pressões do governo venezuelano.

 

A deputada do PP, Dolors Montserrat, comemorou a aprovação nas redes sociais, afirmando: “Uma vitória importantíssima para todos os democratas que defendem a liberdade frente às ditaduras. Não daremos um passo atrás. Vamos até o fim.”

 

O PP, buscando apoio diante da resistência dos socialistas, se aliou a grupos de extrema direita ligados a líderes como Giorgia Meloni e Viktor Orbán, incluindo Vox. O eurodeputado Esteban González Pons inicialmente negou essa aliança, mas Jorge Buxadé, líder do Vox no Parlamento Europeu, afirmou que seu partido teve um “papel substancial” na elaboração do texto.

 

Contexto Internacional

 

Apesar da aprovação no Parlamento Europeu, até o momento, nenhum governo da União Europeia reconheceu oficialmente Edmundo González Urrutia como presidente da Venezuela. A maioria dos países tem se limitado a solicitar a divulgação dos resultados eleitorais enquanto tentam encontrar uma solução diplomática para a crise.

 

O impasse político na Venezuela continua a ser uma questão sensível no cenário internacional, com Maduro resistindo à pressão externa, enquanto o líder da oposição, González Urrutia, permanece no exílio, aguardando uma resolução para a crise.