Trump volta a criticar eleitores judeus e responsabiliza-los por eventual derrota eleitoral

Ex-presidente dos EUA intensifica discurso contra eleitores judeus e afirma que democratas são "uma maldição" para o povo de Israel

Por Redação com Informações de CNN Brasil 20/09/2024 - 10:35 hs
Foto: Kevin Dietsch/Getty


Em um discurso realizado nesta quinta-feira (19), o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a criticar duramente os eleitores judeus, afirmando que eles teriam "parte da culpa" caso ele perdesse as eleições de novembro. Trump, que já havia feito críticas similares durante sua campanha, reforçou a ideia de que os democratas representam uma "maldição" para os judeus, especialmente em relação a Israel.

 

 

“Se eu tiver apenas 40% de apoio dos judeus, significa que 60% estão votando em Kamala [Harris], uma democrata que, particularmente, é muito ruim para Israel", declarou Trump durante um evento republicano em Washington, anunciado como uma iniciativa de combate ao antissemitismo. O ex-presidente não mencionou nenhuma pesquisa específica para embasar sua alegação, mas insistiu que, em sua visão, os judeus americanos deveriam apoiá-lo em maior número devido ao seu histórico de apoio ao Estado de Israel.

 

Trump tem repetidamente questionado o apoio dos judeus americanos aos democratas, chegando a dizer que esses eleitores "deveriam ter suas cabeças examinadas" por votarem em candidatos que, segundo ele, são contrários aos interesses de Israel. No primeiro discurso de dois eventos voltados a grupos judaicos, Trump afirmou que a próxima eleição seria "a mais importante na história de Israel", sugerindo que a reeleição de Kamala Harris poderia significar o fim do Estado judeu, que, em suas palavras, seria "erradicado" e "varrido da face da terra".

 

O ex-presidente também expressou frustração com o que ele chamou de "ingratidão" dos eleitores judeus, relembrando suas ações durante o mandato, como o reconhecimento de Jerusalém como a capital de Israel e o apoio aos Acordos de Abraão. Em um segundo discurso, Trump reforçou que, caso seja derrotado, os eleitores judeus teriam responsabilidade direta. "Eu dei a eles as Colinas de Golã, os Acordos de Abraão, e ainda assim, em 2020, não fui tratado adequadamente pelos eleitores judeus. Agora, não há desculpas", afirmou, tocando em um trope antissemita relacionado à lealdade dupla dos judeus americanos a Israel e aos Estados Unidos.