A tensão pré-eleitoral em Lagoa da Canoa, agreste de Alagoas, aumentou na noite desta quarta-feira (2), após o tenente-coronel da reserva da Polícia Militar, Ozelito Martins da Rocha, ser flagrado agredindo a advogada Alice Rikelly da Silva Teles. O incidente aconteceu no contexto de um acirrado cenário político, a poucos dias das eleições municipais. Uma guarnição do 3º Batalhão da Polícia Militar (BPM), que estava no local, foi acusada de omissão durante a agressão.

O oficial, que atua como assessor do deputado estadual Jairzinho Lira — candidato à prefeitura de Lagoa da Canoa em meio a disputas judiciais —, teria agido de forma violenta contra a advogada, que estava em pleno exercício de sua função. A Ordem dos Advogados do Brasil em Alagoas (OAB-AL) emitiu uma nota de repúdio, classificando o ato como uma afronta às prerrogativas da advocacia. "A violência perpetrada contra a advogada atinge não apenas a esfera pessoal, mas também a dignidade de toda a classe advocatícia", destacou a entidade.

Em resposta ao ocorrido, o comandante da Polícia Militar de Alagoas, coronel Paulo Amorim, anunciou que o tenente-coronel Ozelito foi conduzido à Corregedoria da PM, em Maceió, onde permanece detido para prestar depoimento. O comandante ressaltou que o caso será tratado com o rigor necessário e que o oficial será submetido às devidas medidas disciplinares conforme o regulamento da corporação.

Já a guarnição do 3º BPM, acusada de omissão durante a agressão, foi recolhida à sede do batalhão em Arapiraca, onde os agentes envolvidos também prestarão esclarecimentos. A Polícia Militar informou que instaurou procedimentos administrativos para investigar a conduta dos policiais e apurar se houve negligência no atendimento da ocorrência.