A Polícia Militar de Alagoas afastou os seis policiais envolvidos na perseguição que terminou com a morte de dois adolescentes, no último domingo (13), em Colônia Leopoldina. A decisão foi tomada após um pedido do Ministério Público Estadual (MP/AL), que passou a monitorar o caso depois de protestos da comunidade. Moradores e familiares afirmam que os jovens eram inocentes e não tinham relação com atividades criminosas.

A Polícia Civil (PC) já abriu inquérito para investigar os detalhes da ocorrência. A versão oficial apresentada pelos policiais envolvidos diverge do relato dos familiares, que garantem que os adolescentes, identificados como Jonatas Nascimento e Wallisson de Lima, estavam apenas retornando para casa após distribuir doces a crianças na Vila Nova, uma área da cidade.

De acordo com Silvana Nascimento, mãe de Jonatas, os jovens estavam em uma moto emprestada e teriam ficado assustados ao ver a viatura policial, possivelmente por conta do barulho do cano de escape furado, que emitia um som alto, semelhante a disparos. Ela acredita que os policiais confundiram o ruído com tiros, o que levou à perseguição. Os pais dos adolescentes afirmam que ambos eram trabalhadores do corte de cana e jamais estiveram envolvidos com armas de fogo ou atividades ilícitas.

Por outro lado, o 14º Batalhão da Polícia Militar (14º BPM) informou que os policiais foram acionados por denúncias de que dois indivíduos em uma moto preta estavam cometendo assaltos na área. Segundo o relato dos PMs, os adolescentes desobedeceram a ordem de parada e dispararam contra a equipe, que revidou. Ambos foram baleados e levados ao Hospital Municipal de Colônia Leopoldina, mas não resistiram. A Polícia Civil investiga o caso e dois revólveres calibre 38 foram apreendidos com os jovens, de acordo com o boletim policial.