MPF e DPU pedem intervenção no Hospital Veredas em Maceió após colapso de serviços
Ação civil pública solicita gestão provisória para garantir funcionamento adequado da unidade que atende pacientes do SUS
O Ministério Público Federal (MPF) e a Defensoria Pública da União (DPU) ingressaram com uma ação civil pública nesta quinta-feira (24) contra a União, o Estado de Alagoas, o Município de Maceió e o Hospital Veredas. A ação busca a intervenção temporária no hospital, com o objetivo de assegurar a continuidade dos serviços prestados aos pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), após uma crise que comprometeu o atendimento.
De acordo com os procuradores da República Roberta Bomfim, Bruno Lamenha e Julia Cadete, e o defensor regional dos direitos humanos Diego Alves, a crise atingiu seu ápice no último dia 14, quando o setor de oncologia pediátrica colapsou devido à falta de medicamentos e à demissão da equipe médica. Como medida emergencial, os pacientes foram transferidos para a Santa Casa de Misericórdia de Maceió, que passou a assumir os casos de oncologia infantil.
O Hospital Veredas, que deveria atender casos de média e alta complexidade, enfrenta uma grave crise financeira e administrativa, resultando em desabastecimento de insumos e medicamentos essenciais. Além disso, uma inspeção realizada pelo MPF no dia 21 revelou que as alas pediátrica, de maternidade e oncologia estavam desocupadas e fechadas, evidenciando o impacto negativo da situação na assistência aos pacientes do SUS.
A ação do MPF e da DPU pede que o Município de Maceió decrete a intervenção no Hospital Veredas por um período mínimo de 180 dias, com a gestão provisória conduzida por uma junta interventora composta por representantes da União, do Estado e do Município. A intervenção tem como objetivo reestruturar o hospital e garantir a continuidade dos serviços. A ação também solicita auditorias e relatórios mensais sobre a aplicação dos recursos públicos e uma audiência de conciliação para discutir o futuro da unidade.