Pablo Marçal presta depoimento à PF sobre laudo falso contra Guilherme Boulos
Influenciador é investigado por divulgar atestado médico falso durante as eleições municipais de São Paulo; peritos comprovam falsificação de assinatura
Nesta sexta-feira (8/11), o influenciador Pablo Marçal (PRTB), que concorreu à Prefeitura de São Paulo e foi derrotado, prestou depoimento na Polícia Federal (PF) sobre a divulgação de um laudo médico falso contra seu adversário Guilherme Boulos (PSOL), às vésperas do primeiro turno das eleições municipais. Marçal chegou à sede da Superintendência Regional da PF na zona oeste de São Paulo por volta das 11h20.
A investigação teve início após uma denúncia apresentada pelo PSOL, e o caso tramita no Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP). O falso laudo, divulgado por Marçal em suas redes sociais no dia 4 de outubro, sugeria que Boulos teria usado cocaína, informação que foi desmentida por uma análise da Polícia Técnico-Científica de São Paulo.
Laudo Falso
A perícia realizada pelo Instituto de Criminalística (IC) revelou que a assinatura atribuída ao médico José Roberto de Souza, que constava no laudo divulgado por Marçal, não corresponde ao padrão gráfico do profissional. Segundo os peritos, a assinatura no documento falso apresentava divergências significativas em relação aos exemplares autênticos, incluindo a velocidade de execução e o nível de habilidade gráfica.
Peritos afirmaram que a assinatura questionada foi traçada de maneira mais lenta do que o normal e apresentava diferenças notáveis em aspectos como a inclinação da escrita e os valores angulares e curvilíneos. Essas discrepâncias confirmaram que o documento divulgado por Marçal era, de fato, falsificado.
O caso foi denunciado por Guilherme Boulos, que registrou um boletim de ocorrência no 89º Distrito Policial, no Morumbi, zona sul de São Paulo. Paralelamente, a Polícia Federal abriu um inquérito para investigar a origem e a divulgação do laudo falso.
Defesa de Pablo Marçal
Em sua defesa, os advogados de Pablo Marçal alegaram que a publicação do laudo falso foi uma “livre manifestação do pensamento”. Eles afirmaram que o influenciador não manipulou nem fabricou o conteúdo, limitando-se a divulgá-lo conforme o recebeu. Além disso, argumentaram que a publicação do laudo não prejudicou o equilíbrio do processo eleitoral, uma vez que Boulos avançou para o segundo turno das eleições.