Motorista de app vai a Júri Popular pelo assassinato da jovem trans alagoana Anna Luísa Pantaleão
Crime aconteceu em 2022, no interior de São Paulo; família da vítima espera por justiça e pede pena máxima para o réu
A Justiça de São Paulo levará a júri popular, nesta quarta-feira (13), o motorista de aplicativo Lúcio Douglas Rabelo da Silva, acusado de assassinar a jovem trans alagoana Anna Luísa Pantaleão, de 19 anos. Natural de Pão de Açúcar, em Alagoas, Anna Luísa foi encontrada morta em setembro de 2022, às margens de uma rodovia em Pirapora do Bom Jesus, no interior paulista.
O julgamento ocorrerá na 2ª Vara Criminal de Carapicuíba, na região metropolitana de São Paulo, e deve contar com a presença do réu, além de testemunhas e familiares de Anna Luísa, que acompanharão o caso. A avó da vítima, que participará do júri de forma online, afirmou estar confiante na pena máxima para o assassino confesso.
O Crime
Lúcio Rabelo, de 21 anos, confessou o crime em depoimento à polícia. Ele relatou que havia contratado Anna Luísa para um programa, mas desistiu ao perceber que ela era transexual. A situação teria gerado uma briga entre os dois, culminando no assassinato da jovem. Lúcio afirmou que, durante a discussão, Anna Luísa estava alcoolizada e teria sacado um canivete. Em meio à luta corporal, ele tomou a arma dela e a golpeou no pescoço. Após o crime, o motorista enrolou o corpo em um cobertor e o abandonou às margens da rodovia.
Família Pede Justiça
A avó de Anna Luísa, que não poderá comparecer ao julgamento presencialmente, declarou que espera por justiça e que a pena máxima seja aplicada a Lúcio Rabelo. "Estamos confiantes, pois passamos por muita coisa em São Paulo para encontrar minha neta. Queremos que esse crime de ódio e transfobia não fique impune," disse a avó, que acompanhará o julgamento ao lado de sua filha, mãe de Anna Luísa.
Relembrando o Caso
Anna Luísa Pantaleão deixou Alagoas para viver em São Paulo, onde trabalhava como garota de programa. Em 4 de setembro de 2022, amigas relataram seu desaparecimento. Dias depois, seu corpo foi encontrado em uma área rural de Pirapora do Bom Jesus. O motorista, que confessou o crime, alegou que a briga começou após ele desistir do programa ao descobrir que Anna Luísa era trans. Após a luta, ele levou o corpo ao motel em Santana de Parnaíba e o abandonou em Pirapora.
A família de Anna Luísa agora busca justiça, esperando que o julgamento traga um desfecho justo para o caso, que chocou tanto Alagoas quanto São Paulo.