Forças democráticas sírias anunciam controle de sete localidades em Deir Ezzor
Avanço ocorre em meio a crescentes tensões e ofensivas jihadistas na Síria; Damasco não se pronuncia sobre a mudança territorial
As Forças Democráticas Sírias (FDS), lideradas pela milícia curda Unidades de Proteção Popular (YPG), anunciaram nesta terça-feira a recuperação do controle de sete localidades na província de Deir Ezzor, no leste da Síria, anteriormente dominadas pelas forças do governo. Até o momento, o governo de Damasco não se manifestou sobre essa significativa mudança territorial.
Em um comunicado, as FDS afirmaram que suas tropas são responsáveis pela proteção da população nas localidades de Salhiya, Tabia, Hatla, Jesham, Mazlum e Huseiniya. O movimento foi descrito como uma resposta aos "apelos urgentes da população local", que teme o aumento da atividade do Estado Islâmico em meio à instabilidade crescente no oeste do país, especialmente após uma recente ofensiva de jihadistas e rebeldes na província de Aleppo.
O comunicado, divulgado pelo Comando do Conselho Militar de Deir Ezzor, ressalta a seriedade da situação e a necessidade de bloquear o avanço das células do Estado Islâmico em áreas vulneráveis, particularmente no norte e leste de Deir Ezzor. O comandante das FDS, Mazlum Abdi, também mencionou esforços para garantir a “evacuação segura” de civis curdos da província de Aleppo, que está sob ataque rebelde.
Tensão na Região e Reações da Oposição
A ofensiva, liderada pelo grupo Hayat Tahrir al-Sham (HTS), resultou na retirada de forças governamentais em várias áreas de Aleppo, levando Damasco a responder com bombardeios, com o apoio da Rússia. Na segunda-feira, o governo sírio informou ter “eliminado mais de 400 terroristas” em ataques aéreos nas 24 horas anteriores.
Hadi Al Bahra, presidente da Coalizão Nacional Síria no exílio, afirmou em Istambul que a ofensiva rebelde continuará até que o regime de Bashar al-Assad concorde em negociar. Al Bahra enfatizou que a operação militar não cessará até que o governo retome o processo político, conforme a Resolução 2254 do Conselho de Segurança da ONU, que propõe uma transição política e eleições livres supervisionadas pela ONU.
Ele pediu apoio internacional de países como Estados Unidos, Reino Unido, França, Alemanha e Rússia, alertando que a Síria enfrenta um perigo crescente se a situação atual persistir.