Rebeldes Islamistas Sírios intensificam ofensiva contra o regime de Bashar al-Assad

Líder dos insurgentes afirma que objetivo é derrubar o governo, enquanto combates se intensificam em várias cidades

Foto: Reprodução/YouTube BBC News


O líder dos rebeldes islamistas sírios, Abu Mohamed al-Jolani, declarou que a recente ofensiva na Síria visa principalmente a derrubada do regime de Bashar al-Assad. Em entrevista ao canal CNN, publicada nesta sexta-feira, 6, ele afirmou que a revolução tem como meta a destituição do governo atual e que os rebeldes consideram legítimo o uso de todos os meios disponíveis para atingir esse objetivo.

 

 

Avanços dos Rebeldes


A Síria enfrenta intensos combates entre as tropas do governo e os grupos rebeldes, especialmente após a ofensiva iniciada na semana passada em Aleppo, a segunda maior cidade do país. Os insurgentes já tomaram o controle da cidade e avançam sobre outras localidades, incluindo a captura de Hama, considerada estrategicamente importante.

 

De acordo com o Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH), os rebeldes estão se movendo em direção a Homs, a terceira maior cidade da Síria, e estão a apenas cinco quilômetros de seu centro. Na quinta-feira, grupos liderados pelo Hayat Tahrir al-Sham (HTS), composto por islamistas radicais, entraram em Rastan e Talbiseh, na província de Homs, sem encontrar resistência significativa.

 

 

Resposta do Regime e Crise Humanitária


Bashar al-Assad respondeu afirmando que continuará a usar a força para combater o que classifica como "terrorismo". No entanto, suas tropas têm enfrentado derrotas em várias cidades e estão recuando em direção à capital, Damasco.

 

Al-Jolani também comentou sobre a complexidade das alianças internacionais, mencionando uma coordenação com Rússia e Estados Unidos no desenvolvimento do conflito.

 

A escalada dos combates resultou em uma grave crise humanitária. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), cerca de 280 mil sírios foram deslocados desde 27 de novembro, e esse número pode chegar a 1,5 milhão. O diretor de coordenação de emergências do Programa Mundial de Alimentos, Samer AbdelJaber, destacou que os dados mais recentes não incluem aqueles que buscaram refúgio no Líbano devido à escalada dos combates entre Hezbollah e Israel. As informações foram apresentadas em uma coletiva de imprensa em Genebra.