Policial que atirou homem de ponte em São Paulo chorou durante audiênca de custódia

Após a audiência, justiça de São Paulo decidiu manter o PM preso

Por Redação com informações de Metropóles 06/12/2024 - 11:38 hs
Foto: Reprodução/Metropóles


Na madrugada de quarta para quinta-feira, 5 de dezembro, o soldado da Polícia Militar (PM) Luan Felipe Alves Pereira foi preso após uma audiência de custódia no Tribunal de Justiça Militar (TJM) de São Paulo. A prisão ocorre em meio a uma investigação sobre o arremesso de um jovem rendido, Marcelo Barbosa Amaral, de 25 anos, de uma ponte durante uma abordagem policial em Cidade Ademar.

 

 

Detalhes do Incidente


O incidente aconteceu na madrugada de segunda-feira, 2 de dezembro, quando Luan foi filmado jogando o entregador de cima da ponte. Em sua defesa, o soldado alegou que sua intenção era apenas “levantar do chão” a vítima. No entanto, essa justificativa foi rechaçada pelo juiz substituto Fabrício Alonso Martinez Della Paschoa, que destacou “fortes indícios” de crime de lesão corporal dolosa, ou seja, intencional.

 

O magistrado também mencionou o crime de peculato, pois o soldado estaria utilizando seu cargo para benefício próprio, e prevaricação, após a lesão corporal. Durante a audiência, Luan foi visto emocionado, utilizando um lenço e sua camiseta amarela, uniforme do Presídio Militar Romão Gomes, para enxugar as lágrimas.

 

Omissão e Investigação


Após o incidente, um vídeo gravado por um celular viralizou, mostrando o soldado arremessando Marcelo. A vítima ainda não foi ouvida pelos investigadores. A Polícia Militar, que estava utilizando câmeras corporais, contribuiu para a compreensão da dinâmica do caso. No entanto, o relatório interno da PM omitiu a informação de que alguém havia sido jogado da ponte, afirmando que os policiais apenas perseguiram suspeitos até um baile funk.

 

 

A Secretaria da Segurança Pública (SSP) contradisse os policiais, afirmando que o caso não foi apresentado à Polícia Civil. O inquérito foi instaurado somente após o comando da PM tomar conhecimento do vídeo.

 

Defesa e Críticas


O advogado de Luan, Wanderley Alves, criticou a prisão preventiva, chamando-a de “antecipação de culpa” e questionando a necessidade de tal medida, já que seu cliente se apresentou aos atos da investigação e não tentou fugir. Alves argumentou que o processo penal deveria ser mais respeitoso com os direitos do acusado e não influenciado por pressões sociais.

 

Luan permanece detido enquanto as investigações continuam, enfrentando graves acusações que podem impactar sua carreira na Polícia Militar.